A cinemateca vem sofrendo
grandes prejuízos e corre sério risco de ser fechada
Foto: Site Cinemateca Brasileira |
Antes
de falarmos como a Cinemateca está prejudicada, devemos entender sua história e
importância.
História
A Cinemateca Brasileira foi criada em
1946, quando foi montado o Segundo Clube de Cinema de São Paulo, já que o
Primeiro Clube de Cinema, em 1941, foi fechado durante a repressão da ditadura
pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Em 1961, a
Cinemateca Brasileira tornou-se fundação, o que permitiu estabelecer convênios
com o poder público. E apenas em 1979, a Cinemateca inaugurou um Centro de
Operações que se dedicava aos trabalhos de documentação e pesquisa sobre
cinema. A atual gerente do acervo é Olga Futemma, servidora pública da área da
cultura desde 1984.
Importância
A Cinemateca Brasileira é a instituição responsável pela
preservação e difusão da produção audiovisual brasileira. Tem o maior
acervo da América do Sul, formado por cerca de 250 mil rolos de filmes e mais
de um milhão de documentos relacionados ao cinema, como fotos, roteiros,
cartazes e livros, entre outros. Aqui já podemos perceber a importância da
Cinemateca para a cultura brasileira, no local também estão salas de cinema, biblioteca
e um jardim que ficava aberto à visitação pública.
Problemas com o governo A Cinemateca vem sofrendo desde 2013, quando Marta Suplicy era Ministra da Cultura e exonerou Carlos Magalhães, diretor na Cinemateca na época, e uma auditoria paralisou os repasses à SAC (Sociedade Amigos da Cinemateca). Neste meio tempo, a Cinemateca passou meses sem diretor, sem salários, e teve o laboratório de imagem e som paralisado, recorreram então a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), que tinha parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Para piorar toda a situação em fevereiro de 2016, a Cinemateca sofreu um incêndio, destruindo 731 títulos do acervo.
Por causa da
pandemia do novo coronavírus, a Cinemateca Brasileira não está recebendo
visitas e prestando serviços por tempo indeterminado.
Em 2018,
durante o governo Michel Temer, a Cinemateca é, foi gerida por uma organização
vinculada ao Ministério da Educação chamada Acerp – Associação de
Comunicação Educativa Roquette Pinto. O contrato que iria até 2021, foi
interrompido em dezembro do ano passado.
No começo de
julho desse ano o Ministério Público Federal, em São Paulo, entrou com uma ação
contra a União, por abandono, o órgão está com dividas de 13 milhões e aumenta
1 milhão a cada mês.
Com o apoio da
SPCine e da Câmara dos Vereadores, a prefeitura de São Paulo ajudou a pagar as
contas para não fecharem a Cinemateca, o governo federal foi extremamente
contra, porém como o governo federal não pode interferir em doações para
cultura, o Presidente Jair Bolsonaro autorizou o ministro Marcelo Álvaro
Antônio e o secretário da cultura, Mário Frias, transferirem a Cinemateca pra
Brasília, entretanto isso não será possível, em seu contrato de 1984 com a
União, fica bem claro que a Fundação não pode mudar de São Paulo, e o
Ministério Público Federal fez questão de destacar isso na ação que move contra
a União.
Se a
Cinemateca não conseguir reerguer-se, corremos grande risco de perder o maior
acervo cultural do Brasil.
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